domingo, 24 de janeiro de 2016

O PEQUENO PRÍNCIPE (Le Petit Prince, 2015


O CLÁSSICO LIVRO DE EXUPÉRY EM UMA ABORDAGEM EQUIVOCADA.

país produtor: França // direção: Mark Osborne

sinopse: Uma garota controlada de forma obsessiva pela mãe faz amizade com um ex-aviador que lhe conta a história de um pequeno príncipe que conhecera quando seu avião caiu no deserto. Adaptação do livro O Pequeno Príncipe, escrito pelo aviador Antoine de Saint-Exupéry três anos antes de morrer em missão durante a Segunda Guerra Mundial.

Metascore: 69 (from metacritic.com)

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Assim como o livro, esse filme não é para crianças. Na sessão que eu fui, a molecada não via a hora do filme acabar. Dito isso, vamos a minha análise.

Se você já leu O Pequeno Príncipe, não vai ser difícil concordar que o grande recado do livro é dado aos adultos que esqueceram a criança que já foram um dia. Mas, num tremendo contrassenso, no filme, o grande recado é dado a uma criança infeliz. Ou seja, no âmago, há uma distorção absurda no que pretendia o escritor Exupéry.

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Mas o que esperar de um diretor que tem no currículo bobagens como Kung-fu Panda? Seria muito mais interessante ver um diretor como Andrew Station, que dirigiu Wall-e, na difícil tarefa de passar para o cinema a magia de um livro que, infelizmente, é empurrado goela abaixo de crianças ainda muito jovens para compreender o que suas linhas querem dizer.

Repito, O Pequeno Príncipe não é um livro infantil, nem nunca teve a pretensão de ser. Não é por que um livro tem desenhos de aquarela e tem poucas páginas que ele necessariamente é voltado para crianças. Esse simplismo é burro.

OBS: recentemente reli o livro e em pouquíssimos momentos pensei nas cenas do filme. Minha mente preferiu se ater apenas às aquarelas do autor, por mais bacanas que sejam as recriações em stop motion do filme. O livro se basta. Já o filme é uma recriação equivocada de um universo perfeito.

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Recriação, pois no livro não existe a personagem menina e, felizmente, também não há o terrível terceiro ato (que deve ter sido o mais divertido para a gurizada, garanto).

Se o filme tivesse 15 minutos a mais de Pequeno Príncipe e 30 minutos a menos de Menina, eu até daria uma nota maior, pois assim, alguma coisa da essência do livro seria mantida. Essência essa que não se resume apenas a sua mensagem, mas também a sua simplicidade. Mas do jeito que está, o resultado foi para mim uma decepção.

Visto em 2015 no Cinépolis Lagoon, Rio de Janeiro.

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